quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Um eterno trapalhão
Nome completo: Antônio Renato Aragão
Nascido(a) em: Sobral, CE
Data de Nascimento: 13 de Janeiro de 1935
Profissão: Ator
Renato fez tudo sozinho, escreveu e interpretou um esquete, sem falas. Acabou aprovado. Nascia um mito. Nascido em Sobral, interior do Ceará, em 13 de janeiro de 1935, Renato Aragão cresceu rodeado pelos sete irmãos e pela arte, sempre incentivado pelo pai, o poeta Paulo Aragão, e pela mãe, a professora Dinorá. Interiormente, Renato sabia da sua paixão pelo mundo artístico, mas sabia também que era um caminho difícil a se trilhar, principalmente, no Nordeste. Chegou a ser bancário e tenente do Exército.Foi no Exército que descobriu seu lado humorista, quando a imitação dos companheiros passou a ser a atração mais requisitada no quartelMesmo já trabalhando na TV, continuou com o emprego no banco e a cursar a faculdade de direito, que terminou no ano 1996. Ainda não tinha certeza de seu futuro. Mas sua paixão venceu. Em 30 de novembro de 1960, o público, pela primeira vez, via Didi, o personagem ingênuo e brincalhão que Renato inventara inspirado nos seus maiores ídolos: Charles Chaplin e Oscarito. O programa se chamava Vídeo Alegre e ia ao ar nas noites de quarta-feira na TV Ceará, hoje TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo. Renato, que além de protagonista fazia de tudo, desde a redação à direção, lembra bem desses tempos: Era um sufocoNo Ceará, todo mundo passou a me reconhecer. Fiquei famoso da noite para o dia. Não conseguia andar em paz. Mas o sucesso não ficou restrito ao Ceará. Ecos de sua popularidade e talento chegaram no Rio de Janeiro. Eles ficaram sabendo que tinha um cara em Fortaleza fazendo um treco diferente, conta Renato.
Em 1964, Renato já estava na Cidade Maravilhosa e Didi passou a ser personagem do humorístico A-E-I-O-URCA, da TV Tupi do Rio, segundo ele, para fazer graça quase de graça. Renato conta que sua estada no Rio acabou sendo maior do que ele esperava. Achava que tinha vindo para o Rio para passar um tempo. Ia fazer o programa e voltar para o Ceará para cuidar da minha vida. Muito pelo contrário, o destino guardava muito mais para Renato Aragão. O ano de 1966 ficaria marcado para sempre na história da televisão brasileira.
Renato Aragão atuava ao lado de Ivon Cury, Teddy Boy Marino e Wanderley Cardoso em Adoráveis Trapalhões, na TV Excelsior - programa que acabou por inspirar o formato do sucesso posterior de Os Trapalhões.Da Excelsior, Renato Aragão foi para a TV Record, onde participou de vários programas humorísticos, entre eles, É uma graça, mora?, Praça da alegria e Os Insociáveis, de 1972. Em 1975, já na TV Tupi, completava-se a formação definitiva do quarteto Os Trapalhões com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Depois de um longo namoro, em 1976, Renato Aragão foi para a Rede Globo, levando o sucesso e a audiência de Os Trapalhões. Em 1977, nascia a Renato Aragão Produções Artísticas Ltda., empresa para cuidar da imagem e de seus negócios daquele momento em diante.
A fórmula de Os Trapalhões ficou eternizada e não parou de ser imitada: esquetes ingênuos, humor inocente, preocupação infantil e muita descontração.
Com a perda dos companheiros, Renato Aragão pensou em parar. Mas percebeu, a tempo, que seria a pior coisa a fazer. E teve que, mais uma vez, trilhar sozinho o seu caminho. A oportunidade bateu à porta. A convite da SIC (Sociedade Independente de Comunicação), emissora portuguesa, Renato foi para Portugal, onde ficou trabalhando por três anos. A série de programas que gravou repetiu o sucesso brasileiro e foi líder de audiência no horário. Até hoje, toda essa história passa diante dos olhos de Renato como um filme. Filme que Renato bem poderia ter feito, afinal, desde o início da sua carreira, ele soma 41 fitas em seu currículo.A primeira data de 1965 - Na Onda do Iê Iê Iê, uma paródia dos filmes dos Beatles. Foi mais do que uma realização profissional, foi a concretização de um sonho. Quando eu vim para o Rio, queria mesmo era fazer cinema.
No Ceará, eu ia ao cinema 17, 18, 19 vezes ver o mesmo filme. Se fosse filme do Oscarito, ia todos os dias da semana. O cinema sempre foi um compromisso para Renato. De 1972 a 1991, não deixou de aparecer um ano na telona - chegando a lançar dois títulos em alguns anos. Na década de 90, o ritmo diminuiu um pouco, mas a qualidade de seus filmes continuou a mesma e crianças e adultos de todo o Brasil continuaram prestigiando Renato no cinema.
O cinema sempre foi um compromisso para Renato. De 1972 a 1991, não deixou de aparecer um ano na telona, chegando a lançar dois títulos em alguns anos. Na década de 90, o ritmo diminuiu um pouco, mas a qualidade de seus filmes continuou a mesma e crianças e adultos de todo o Brasil continuaram prestigiando Renato no cinema. A carreira de Renato no cinema é das mais invejáveis. De 1965 até 2000, são 41 filmes, 41 sucessos - sendo que sete deles fazem parte da lista das maiores bilheterias do cinema nacional. Mais do que um produto, Renato fez do cinema sua máquina de sonhos. Com seus filmes, viajou pelo mundo todo, interpretou os mais clássicos personagens da literatura e contracenou com tipos imortais.
Renato já foi Ali Babá, Mosqueteiro, Aladim, Lampião. Já filmou em Serra Pelada, Marrocos e em Hollywood, chegou mais longe e foi até mesmo no planeta dos macacos. Tudo que fazia era sucesso: na TV, seu Ibope era o mais alto do horário; no cinema, ninguém batia suas bilheterias; na música, vendia discos como os grandes artistas da indústria fonográfica. Mas havia ainda muitas críticas em relação ao seu trabalho - muitos destilavam preconceito contra o humor ingênuo e brincalhão do personagem Didi. Outros rotulavam seu trabalho como popular, como se isso fosse uma ofensa.
Renato nunca se importou. Sabia que realizava, ao mesmo tempo, seu sonho e o de milhares de crianças de todo o Brasil. Paralelamente, ícones da alta cultura rendiam-se ao talento de Renato. Caetano Veloso gravou uma música para Os Trapalhões, chamada Jeito Corpo. Chico Buarque também fez sua homenagem com Pirueta. Mas todos os elogios do mundo não fariam Renato mudar. Ele continuou o mesmo palhaço de sempre. E faz questão de ser chamado de palhaço. Prefiro ser chamado assim. A única diferença é que não pinto a cara para aparecer na TV. Mas gostaria. Sinto falta de ter essa experiência.Quando pisei num picadeiro eu já era famoso, já era um trapalhão. E foi uma experiência maravilhosa. Para Renato, só existe uma única diferença entre o humorista e o palhaço: É o preconceito. As pessoas não aceitam o humor ingênuo do palhaço. Esse humor ingênuo que Didi carrega consigo desde 1960, ele aprendeu nas telas de cinema, vendo seus maiores ídolos: Charles Chaplin e Oscarito. Mas se Renato tem seus ídolos, é ídolo de muita gente. Em maio de 1999, a revista Época pesquisou e publicou os brasileiros que inspiravam mais confiança nos brasileiros.
No topo de uma lista de 25 nomes estava Renato Aragão, com 82% dos votos dos entrevistados. Uma confiança e sinceridade que aprendeu com os pais e sempre passou para os filhos. Mas Renato ensinou muito mais às suas crias. E muitas das vezes traçou o destino de seus filhos apenas fazendo o que gostava. E o que ele mais gostava além de cinema? Ele me levou para ver 2001 - Uma Odisséia no Espaço, do Stanley Kubrick. Foi nessa tarde de 1968, dentro daquela sala de cinema, aos oito anos de idade, que decidi o que queria fazer quando crescesse: cinema, lembra o filho primogênito, Paulo Aragão Neto. Um de seus filmes de maior sucesso, Simão, o fantasma trapalhão, de 1999, foi dirigido por Paulo Aragão, 38 anos, e a trilha sonora foi assinada por Ricardo Aragão, 36 anos, e Renato Aragão Júnior, 30 anos. Todos estreavam nas funções, mas estavam mais do que acostumados a viver o pique de uma gravação. A parceria com o filho diretor deu tão certo que Renato Aragão não hesitou em repeti-la no filme seguinte, O Trapalhão e a Luz Azul, e ainda no seu atual programa de TV, A Turma do Didi.Mas a família Aragão ainda tem outros talentos. Ricardo Aragão e Renato Aragão Júnior são músicos e produtores musicais.Sua filha Juliana, mesmo morando nos Estados Unidos, não se desligou da fábrica de imagens. Dedicada à informática, está sempre sugerindo inovações.
Lilian, a antiga fã por quem se apaixonou em 1990, é a responsável pelas fotografias de divulgação do trabalho de Renato e ainda pelo still de seus filmes. Não chamei ninguém que não fosse competente para trabalhar comigo, explica Renato. A mesma competência que Renato mostra em seus negócios.Sua agenda é concorrida: escreve os textos dos programas de TV, grava três vezes por semana e ainda administra os negócios da RA Produções. Mas o tempo para a família é sagrado - a caçula Lívian é o maior orgulho de Renato. Procuro dedicar a ela todo o tempo que posso, derrete-se. E o que mais a menina podia querer? Afinal, qual criança brasileira não gostaria de ter o pai mais engraçado do país?
Aos 75 anos, o ator, humorista, diretor, escritor e, sim, advogado poderia passar por mais um pai de família que, depois de tantos anos de trabalho, já aproveita os benefícios de uma merecida aposentadoria. Mas Aragão não sossega. Lê, escreve, faz graça. Mesmo depois de sofrer um sério acidente de trabalho: "Me afundou a testa, quebrou meu nariz e até os dentes". Ainda assim, ele insiste em brigar contra o tempo. Quer fazer mais, criar mais, ainda que para isso tenha que contrariar orientações médicas e o peso da idade que ele afirma sequer lembrar. "O circo nunca morre", justifica. Difícil contrariá-lo diante desse argumento e, principalmente, diante de sua obra que, hoje, tem papéis que se confundem: nascido há exatos 50 anos, Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbbo é criador e criatura.
*Diz em entrevista...
- Os tempos mudaram. Hoje, há mais adrenalina. Mas preferia antigamente - confessa, ressaltando que não é do tipo nostálgico: - Não fico saudosista. $feliz pelo que fiz, não posso consertar o que fiz de errado ou melhorar e aplaudir o que fiz certo. Não me preocupo com o passado, penso no futuro. Sim, guardo meus troféus. Mas, se me preocupar com isso, vou junto com eles. Tenho que pensar para frente. Isso é vida, criar para mim é vida.
Vivos na memória de muitos adultos que hoje recorrem ao YouTube para ver Didi como Maria Bethânia ou Ney Matogrosso - "Nunca me vi no YouTube, acredita?" - , "Os trapalhões" marcaram época nos 60 anos da televisão brasileira. Em sua formação clássica, com Aragão, Dedé, Mussum e Zacarias, o programa elevou o humorista à condição de estrela. A trajetória, que começou na TV Tupi, seguiu pela Excelsior, ainda com Wanderley Cardoso, Ted Boy Marino e Ivon Curi, passou pela TV Record e pela nova Tupi para, finalmente, aportar na Globo em 1977. Para aceitar a proposta da emissora, que até hoje abriga seus programas (a lista atualmente é formada por um semanal, um seriado anual e um especial de fim de ano, além do "Criança esperança"), Aragão fez uma série de exigências. A ideia era assustar o novo empregador. O plano não deu certo e o contrato foi assinado.
- O começo foi difícil. Não tínhamos contratos longos, era um ano e tchau, tchau. Você vivia de cachê, aqui e ali, fazia um filme para ganhar um dinheiro e conseguir sobreviver. Mas isso até você se firmar, que é quando se cria um interesse geral das emissoras e você é respeitado. Mas no começo... Na verdade, nada é fácil. É, nada é fácil - filosofa, com um suspiro: - A virada foi antes de ir para a Globo, quando ganhamos do "Fantástico" em audiência, ainda na Tupi. Nosso humor era rejeitado, ninguém nos queria, e a Globo era sofisticada. Batiam tanto em mim, tanto, diziam "esse humor é de sarjeta"... Eu era esculhambado, metiam o pau. Quando vim para a Globo, fiz um humor mais comportado. E os mesmos críticos diziam "ah, como era bom antigamente". Você entende isso?
"
A criança muda a cada dia. A internet é uma concorrência. Elas estão no YouTube, tenho que trabalhar para que venham para a TV".
Esses tempos ficaram para trás. Do quarteto, restou apenas Dedé, que, depois de um afastamento de anos, se juntou novamente a Renato no dominical "Aventuras do Didi". A saudade fica apenas para os antigos amigos e parceiros Mussum e Zacarias - "Se eu pudesse teria todos... Nem gosto de falar sobre isso, sinto muita falta deles", lamenta Aragão. Agora, o tempo é de modernização. Ligado em novas tecnologias, ciente da mudança do perfil das crianças, ele tenta se adequar a elas. Vê séries, filmes infantis, fica de olho na internet. Foi assim que surgiram seriados como "Poeira em alto-mar", que inicialmente seria um filme, e "Acampamento de férias", cuja segunda edição vai ao ar no início de 2011, durante as férias escolares.
- A criança muda a cada dia. A internet é uma concorrência. Elas estão no YouTube, tenho que trabalhar para que venham para a TV. Hoje, você tem que lutar como um vietnamita contra os americanos, você tem que se renovar. Vejo filmes e seriados que estão passando lá fora, vi "Lost", "Prison break"... Estamos vivendo num momento muito difícil, de transição na televisão. Ninguém sabe o caminho dela daqui para a frente, diante da tecnologia e da internet. Não sei o que vem, mas o que vier eu traço. Estou preparado - avisa.
A filha caçula, Lívian, de 11 anos, também é termômetro para o pai. A menina, que já estrelou filmes ao lado de Aragão, quer seguir na profissão de atriz. Ele ainda não está convencido, apesar de achar que Livinha, como a chama, já pode dar seus primeiros passos sozinha depois de estrelar a seu lado especiais e filmes como "A princesa e o vagabundo" e "O guerreiro Didi e a ninja Lili".
- Vejo Livinha estudando, se formando, fazendo cursos fora. Quem sabe Paleontologia? Um bom protótipo de dinossauro para estudar ela tem em casa - brinca, para depois revelar seu medo: - Mas como atriz? Para passar o que eu passei? Esse é o meu trauma. Fiquei desempregado várias vezes. Tive momentos maravilhosos, mas outros difíceis.
Ser um dos responsáveis pela ótima fase do cinema nacional pós-retomada é um desses momentos maravilhosos. Segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine), dos 20 filmes mais assistidos no Brasil desde 1970, 12 foram de Renato Aragão. "O trapalhão nas minas do Rei Salomão", de 1977, está em quarto lugar na lista, com 5,8 milhões de espectadores. Mas, com tanto trabalho na televisão, o cinema acabou ficando em segundo plano. Por enquanto.
- De 47 filmes, acho que escrevi 40. Sempre acho que as ideias acabaram, mas, de um dia para o outro, elas vêm. Os filmes americanos, por exemplo, são um maná para mim. Mas não posso fazer igual, os efeitos e a produção são diferentes. Tenho que lutar com minhas próprias armas - afirma.
E lutar com suas próprias armas é, para Aragão, continuar fazendo seu humor simples, personificado na figura de Didi. Em tempos de críticas políticas e deboches reinando nos humorísticos, ele segue em seu exército de um homem só.
Filmografia
2007 - O cavaleiro Didi e a princesa Lili
2006 - Didi, o caçador de tesouros
2004 - Didi quer ser criança
2003 - Didi, o cupido trapalhão
2000 - O anjo trapalhão
1999 - O trapalhão e a luz azul
1998 - Simão, o fantasma trapalhão
1997 - O noviço rebelde
1991 - Os Trapalhões e a árvore da juventude
1990 - O mistério de Robin Hood
1990 - Uma escola atrapalhada
1989 - Os Trapalhões na terra dos monstros
1989 - A Princesa Xuxa e os Trapalhões
1988 - O casamento dos Trapalhões
1988 - Os heróis trapalhões - Uma aventura na selva
1987 - Os fantasmas trapalhões
1987 - Os Trapalhões no auto da compadecida
1986 - Os Trapalhões e o Rei do Futebol
1985 - Os Trapalhões no rabo do cometa
1985 - Os Trapalhões no reino da fantasia
1984 - A filha dos Trapalhões
1984 - Os Trapalhões e o Mágico de Oroz
1983 - O Trapalhão na Arca de Noé
1983 - O cangaceiro trapalhão
1982 - Os Trapalhões na Serra Pelada
1982 - Os vagabundos trapalhões
1981 - Os saltimbancos trapalhões
1981 - O mundo mágico dos Trapalhões
1980 - O incrível monstro trapalhão
1979 - Os três mosquiteiros trapalhões
1979 - O Rei e os Trapalhões
1978 - Cinderelo Trapalhão
1977 - Os Trapalhões na guerra dos planetas
1977 - O Trapalhão nas minas do rei Salomão
1976 - O Trapalhão no planalto dos macacos
1976 - Simbad, o marujo trapalhão
1975 - O Trapalhão na ilha do tesouro
1974 - Robin Hood, o trapalhão da floresta
1973 - Aladim e a lâmpada maravilhosa
1972 - Ali Babá e os 40 ladrões
1971 - Bonga, o vagabundo
1970 - A ilha dos paqueras
1968 - Dois na lona
1967 - Adorável trapalhão
1966 - Na onda do iê-iê-iê
Curiosidades
*É formado em Direito pela Universidade do Ceará.
*Na Onda do Iê-Iê-Iê, primeiro filme de Renato Aragão, marca também a estréia da parceria do ator com Dedé Santana.
*Criou em 1976 a Renato Aragão Produções Artísticas Ltda., que passou a cuidar da imagem e dos negócios dos integrantes dos Trapalhões daquele momento em diante.
*Estrelou sozinho O Trapalhão e a Arca de Noé (1983), em virtude da dissolução momentânea dos Trapalhões.
os trapalhões
%Parabéns Renato Aragão (nosso Didi)pelos 50 anos de humor em nossas vidas%.
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