terça-feira, 3 de maio de 2011

UFPA debate Violência Sexual na Escola.

: :UFPA debate violência sexual na escola e formação de professores na perspectiva da inclusão

A Universidade Federal do Pará (UFPA) abriu nesta segunda-feira, 2, o ciclo de debates sobre temáticas referentes ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. A iniciativa do encontro partiu do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Currículo e Formação de Professores na Perspectiva da Inclusão (Includere), vinculado ao Instituto de Ciências da Educação (ICED).
No mês em que o Brasil instituiu o dia 18 como de Combate à Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o coordenador do Grupo, Genylton Odilon, adiantou que a jornada de estudos acontecerá durante todo o mês de maio, sempre às segundas-feiras como forma de mobilizar a sociedade acadêmica e extra-acadêmica.
O objetivo é fortalecer o combate às violações dos direitos da criança e do adolescente, e, sobretudo, chamar a atenção da sociedade para o dia D (De Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes) e fortalecer parceria entre Instituições de Ensino Superior, órgãos públicos e movimentos sociais. Ainda segundo o coordenador, a promoção da jornada pelo Grupo de Pesquisa abre um ciclo de estudos acerca das temáticas acima, pois todas são desenvolvidas com o objetivo de potencializar debates e construções teóricas a esse respeito.
Denúncia - A presidente da Comissão de Justiça e Paz, Marie Henriqueta, esteve presente ao encontro e elencou as causas prováveis que fortalecem esta rede. De acordo com a religiosa, “as desigualdades sociais entre crianças e adolescentes que não têm perspectiva de vida” compõem a lista de motivos que fortalecem a prática, além da “inexistência de políticas de proteção de direitos e da cultura machista que impera na sociedade.”
Militante da causa, Henriqueta falou, ainda, que quanto mais trabalha pelo fortalecimento do combate à exploração sexual e ao tráfico de pessoas, mais tem vontade de continuar. E denunciou que, em Breves, no Marajó, existe uma criança sob a posse de seu agressor há três anos. Por conta de denúncias como esta, sua liberdade anda ameaçada, pois se vê “vigiada, mapeada” e sempre que precisa ir a um município vai com escolta policial. Motivos que, segundo a religiosa, não vão intimidá-la.
Escola de Conselhos – Diante de tantas dificuldades, foi questionada, durante o debate, a formação dos profissionais que acolhem crianças e adolescentes nos municípios. O coordenador da Escola de Conselhos no Pará, Salomão Hage, explanou o objetivo do projeto implementado em janeiro deste ano.
“A Escola de Conselhos busca alcançar o desafio de qualificar 908 conselheiros tutelares e de direitos que atuam no Estado e, portanto, fortalecer o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente”, acrescentou Salomão.
A Escola trabalhará com a produção de um diagnóstico social dos lugares onde estes conselheiros atuam. Atualmente, dezenas de educadores estão em processo de seleção. A primeira formação está prevista para o mês de junho.
Parceria – A presidente do Conselho de Direito da Criança e do Adolescente do município de Breves, Vanacy Leão Amaral, veio a Belém participar do ciclo de palestra promovido pelo Includere. Ela é pedagoga e trabalha, no município, a formação sob a ótica da orientação sexual para os professores. “A Sexualidade é um tema transversal com o qual a escola não tem preparação para trabalhar”, completou Vanacy, que veio à Universidade com o objetivo de fortalecer a parceria com os grupos de pesquisa.
A região do Marajó é considerada, pelos pesquisadores, uma das mais carentes em políticas públicas. Vanacy disse, ainda, que partes dos problemas enfrentados estão ligados às relações familiares destas crianças e adolescentes e chamou atenção para os indicadores negativos. Até fevereiro deste ano, já foram registrados 15 casos de violência sexual no município.
Serviço - O encontro foi realizado no auditório do Instituto de Tecnologia (ITEC), no Campus da UFPA, no bairro Guamá, e as próximas palestras acontecerão sempre às segundas-feiras do mês de maio, no Instituto de Ciências da Educação (ICED). Mais informações: (91) 81279300.
Texto: Cora Coralina – Assessoria de Comunicação do ICED/UFPA
fontes: http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=4616

Vítima de abuso sexual diz que tema deveria ser abordado nas escolas
Odívia Barros, de 33 anos, é autora do livro 'Segredo Segredíssimo.'
História de abuso sexual na infância foi vivida pela escritora.

Assim como a menina Adriana, personagem do livro "Segredo Segredíssimo", sua criadora, a autora Odívia Barros, de 33 anos, sofreu abuso sexual na infância. A obra, lançada neste mês, é destinada a crianças e conta a história de uma menina triste e medrosa que tinha um segredo: era abusada por um "tio". Para Odívia, é essencial que o tema seja abordados nas escolas, logo nos anos iniciais do ensino fundamental. Especialistas na área de políticas públicas na infância e adolescência defendem que o tema precisa ser discutido no ambiente escolar, mas requer uma formação dos educadores.

ilustração (Foto: Divulgação)Livro conta a história de menina que é vítima de abuso sexual (Ilustração: Thaís Linhares/Divulgação)

A escritora argumenta que especialistas avaliam que a partir dos 5 anos já é possível orientar as crianças sobre a abordagem sexual imprópria por parte dos adultos. "Eles apontam que, após o convívio familiar, a escola mostra-se como situação ideal para detecção e intervenção junto aos casos de abuso sexual, justamente pelo tempo considerável em que a instituição, a criança e seus familiares interagem. É imprescindível discutir o tema. Ou fazemos isso ou os abusadores continuarão chegando primeiro."

A obra mostra a dificuldade que as vítimas têm de denunciar a situação. Na história, Adriana só contou sobre o abuso à mãe porque foi incentivada pela amiga Alice.
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Odívia foi motivada a escrever o livro, pois queria evitar que a filha, de 5 anos, passasse pela mesma situação. "Mas como falar de um assunto tão difícil com uma criança? Pensei que deveria existir um livro que orientasse sobre o tema, sem assustá-las. Então resolvi escrevê-lo. Esse é o meu livro de estréia. Outros virão."

Para ela, a escola tem o compromisso ético e legal de notificar às autoridades casos suspeitos ou confirmados de maus-tratos, que incluem a violência sexual. "O ambiente escolar é um excelente lugar para que as discussões sobre abuso sexual aconteçam, sempre respeitando a faixa etária e o nível de conhecimento da criança."
segredíssimo (Foto: Divulgação)Capa do livro de Odívia Barros (Foto: Divulgação)

Formação de professores
Na opinião de especialistas ouvidos pelo G1, o falar de abuso sexual na escola requer, sobretudo, uma formação especializada dos educadores.

"É necessário adequar a discussão para as pessoas que podem contribuir. Refletir com formadores de opinião, professores e educadores. A escola é um espaço apropriado, mas é necessário tratar com ressalva o público infantil", diz a socióloga Graça Gadelha.

Para Graça, publicações como "Segredo Segredíssimo" necessitam de orientação e diálogo porque a "criança não tem capacidade de refletir e entender a mensagem."

Itamar Gonçalves, coordenador de programa da Childhood Brasil, concorda que tais livros exigem "mediação." "É um material adequado, mas exige orientação de um adulto, da família ou da escola. Hoje não dá mais para a escola ficar ausente desta conversa. A comunidade escolar tem papel fundamental na prevenção, identificação, bem como na notificação dos casos de violência sexual."

Para Gonçalves, o tema sexo ainda é tabu na sociedade, muitas vezes os educadores são conservadores. Porém, segundo ele, é necessário discutir questões como desejo e afetividade, que vão muito além do conceito do início da década de 90 que tratava o sexo apenas como reprodução.

A Chidlhood Brasil, organização que defende os direitos das crianças e adolescentes contra abuso e explora sexual, possui um projeto de formação de educadores que já foi levado para os municípios de São Paulo e do Grande ABC. Atualmente, o trabalho é desenvolvido em nove cidades pernambucanas. O objeto é capacitar os educadores para que saibam prevenir, identificar e notificar os casos de violência sexual.

O Ministério da Educação também realizou um projeto de formação de 500 profissionais, sendo 430 da educação e 70 da rede de proteção de direitos de crianças e adolescentes, entre eles, conselheiros tutelares, profissionais de saúde e do desenvolvimento social. Além disso, o MEC possui três publicações que contemplam o tema destinadas aos educadores. São elas: "Guia Escolar: Métodos para Identificação de Sinais de Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes", "Escola que Protege" e "Impactos da Violência nas Escolas".
texto: Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo

fonte:http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/03/vitima-de-abuso-sexual-diz-que-tema-deveria-ser-abordado-nas-escolas.html

LEIA TAMBÉM NO ENDEREÇO DO BLOG ABAIXO CASO DE CRIANÇA QUE FICOU GRÁVIDA DE GÊMIOS POIS SOFRIA ABUSOS DE PADRASTO.
BLOG: http://deolhos.blogspot.com/2009/03/violencia-sexual-crianca-de-9-anos-vai.html OU http://deolhos.blogspot.com/

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